INSTITUIÇÕES ESCOLARES NAS PÁGINAS DO JORNAL O AVISO (1910 A 1930)
Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar as notícias publicadas no Jornal O Aviso,
entre os anos 1910 e 1930, referentes às instituições escolares. Os periódicos utilizados
encontram-se digitalizados na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional (portal
de periódicos nacionais reconhecido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia), cujo acervo
está disponível na internet, por meio do link: http://bndigital.bn.br/acervo-
digital/aviso/844160. Para tanto, visando ao desenvolvimento da pesquisa, lançou-se mão
de bibliografia ancorada na obra de Sousa (2020); Deus (2014); Araújo e Gatti Júnior
(2002); Vieira (2005); Mendes (2012); Brito (1996); Sousa (2005, 2009); Vicentini e Lugli
(2009); e Carvalho (2018). Nessa perspectiva, a metodologia proposta parte de abordagem
qualitativa, tendo como teoria de análise a História Cultural. Trata-se de uma pesquisa
documental, sendo a fonte de pesquisa o acervo dos jornais, cujas notas tratam de
propagandas e inaugurações das escolas. Por meio delas, é possível obter dados atinentes
ao Gymnásio Areolino de Abreu, Collegio 24 de fevereiro, Collegio da professora
Nhasinha Freire, Collegio Felisberto de Carvalho e Grupo Escolar Coelho Rodrigues. Tais
fontes denotam maior presença da iniciativa privada nas publicações. Em relação às
instituições escolares de ensino primário e secundário, o que se depreende no Jornal O
Aviso é a preponderância de anúncios referentes às escolas privadas, mostrando aos
leitores o currículo e a organização pedagógica dessas escolas. Todavia, pouco se fala
sobre o ensino público e suas problemáticas. Ao mesmo tempo, as edições do jornal
evidenciaram que em Picos, havia muitas escolas privadas, mas a procura por matrículas
era baixa – apesar da Reforma de 1910, estruturando todo o ensino primário, secundário e
normal no Piauí –, daí porque sua implantação não foi eficaz. Por sua vez, em O Aviso,
apresentam-se diversas notícias reforçando os problemas com a instrução em Picos e o
descumprimento do Regulamento Geral da Instrução, a exemplo de escolas que ainda
funcionavam na casa de professoras. Outra notícia que desnuda a realidade da instrução em
Picos alude à inauguração do Grupo Escolar Coelho Rodrigues, em que o jornal sob apreço
lamenta o fato de o primeiro grupo escolar da cidade não ter infraestrutura adequada para o
ensino e funcionar em uma casa alugada. O tema é importante para a história das
instituições escolares, bem como o uso do jornal como fonte para a história da educação
piauiense. Não obstante, constatou-se que o grupo escolar foi significativo para a educação
picoense, por intensificar a necessidade de professores capacitados para o exercício do
magistério e de ampliar o acesso à educação, ao tempo em que trouxe as ideias de
modernidade educativa.