PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES INFECTADAS PELA COVID-19 ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE MACEIÓ
Palavras-chave:
Covid-19, Gravidez, Indicadores de Morbimortalidade.Resumo
Introdução: A gestação é um processo onde o corpo da mulher passa por transformações que são essenciais para o desenvolvimento do feto. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, foram levantados questionamentos baseados em pesquisas que demonstravam desfechos mais graves em mulheres gestantes com infecções respiratórias. Logo, a indagação é se o mesmo acontece com o novo coronavírus. Objetivo(s): Analisar o perfil clínico e epidemiológico de gestantes infectadas pela covid-19 atendidas em um hospital de Maceió, bem como, relatar os possíveis riscos na gestação destas pacientes. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, observacional, retrospectivo e descritivo. Foram incluídos prontuários de gestantes maiores de 18 anos, cujo diagnóstico de infecção pelo Sars-CoV-2 foi confirmado e o atendimento finalizado. Foram excluídos os prontuários incompletos que impossibilitaram a coleta de dados. Os dados foram coletados no setor de Serviço de Arquivo Médico e Estatística do Hospital da Mulher (SAME) através de uma ficha. Resultado: Foram analisados 31 prontuários dos quais 41,9% corresponderam a gestantes entre 25-30 anos e o mesmo percentual eram de mulheres que se declararam solteiras. A procedência foi majoritária de municípios do interior de Alagoas com 61,3%. O pico de admissão ocorreu no mês de junho com 41,9%, sendo o tempo de internamento inferior a 5 dias em 71% dos casos e 90,3% dessas gestantes receberam alta hospitalar. 20% dos partos ocorreram por via normal e 80% por via cesárea. Os principais sintomas apresentados pelas gestantes foram tosse 64,5%, dispneia 51,6%, febre 48,4%, anosmia 41,9%, ageusia 35,5%, cefaleia 35,5% e mialgia 25,8%. Durante o internamento, 61,3% das pacientes evoluíram com alguma complicação, sendo as principais: necessidade de O2 por cateter nasal 16,1%, intubação orotraqueal 6,5%, síndrome respiratória aguda grave 19,4% e internamento em Unidade de Terapia Intensiva 9,7%. Conclusão: Considerando idade e presença prévia de doenças crônicas, a maioria das gestações não era considerada de alto risco. Além disso, constata-se a necessidade de descentralização da assistência de saúde, já que muitas pacientes eram provenientes de municípios do interior de Alagoas e não da capital. Os principais sintomas, na queixa principal, foram semelhantes ao da população geral com COVID-19. Entretanto, a maior parte das gestantes atendidas no hospital evoluíram com algum tipo de complicação durante o internamento. Logo, foi possível correlacionar Covid-19 e complicações na gestação e por isto faz-se necessária a realização de mais pesquisas que identifiquem se existem e quais são os fatores responsáveis para o desenvolvimento de agravos em gestantes infectadas pelo Sars-Cov-2.Downloads
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