PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS AFRODESCENDENTES PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME

Autores

  • Tereza Gomes Loureiro Gayoso Centro Universitário Tiradentes- Alagoas
  • Laís Maia Raposo Centro Universitário Tiradentes- Alagoas
  • Sabrina Gomes de Oliveira

Palavras-chave:

Palavras-chave, epidemiológico, foice, hemácias

Resumo

Introdução: Anemia Falciforme (AF) é uma doença hereditária causada pela mutação do gene regulador da síntese de Hemoglobina A, originando a mutante Hemoglobina S (HbS). Assim, as células anômalas sobrevivem cerca de 20 dias - período inferior em comparação às células morfologicamente normais - que duram 120 dias. Por conseguinte, a baixa quantidade de oxigênio resulta na polimerização da HbS, levando à modificação do formato tradicional da hemácia para o de foice; essa alteração impede que a célula retorne a sua forma convencional. Portanto, a presença dessa anomalia pode ser considerada uma instância de adaptação ao meio ambiente sob influência da seleção natural, visto que os portadores do traço falciforme possuem imunidade relativa à malária, o que coincide com sua origem genética, oriunda das regiões da África Ocidental, Grécia e sul do Mediterrâneo, além do sul da Índia. O diagnóstico no recém-nascido é feito por meio da triagem neonatal, realizada nos primeiros dias após o parto, na unidade de referência local. Mesmo com a instituição do Programa de Anemia Falciforme, do Ministério da Saúde, para promover ações educativas, o objetivo de informar a população sobre a doença, capacitar profissionais de saúde e promover a busca ativa de pessoas afetadas não foi alcançado. Essa falha evidencia a necessidade de um estudo epidemiológico que aponte as populações mais vulneráveis à AF para planejar estratégias eficazes voltadas para a Saúde Pública brasileira. Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico dos indivíduos afrodescendentes portadores de Anemia Falciforme no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo, com abordagem epidemiológica, a partir de coleta de dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), relacionados aos transtornos falciformes, referentes ao período de 2000 a 2020. Resultados: Entre os anos de 2000 e 2020, ocorreram 8564 óbitos por transtornos falciformes. Dentre os casos registrados, a parcela correspondente à população afrodescendente é de 45,1% (n=3861) para indivíduos de cor parda e 24,5% (n=2098) para indivíduos de cor preta, em conjunto representa 69,5% (n=5959) de todos os óbitos ocorridos. No tocante ao sexo, os dados não apontaram prevalências dentre as etnias afrodescendentes, pois entre os pretos 48,6% (n=1020) são do sexo masculino e 51,4% (n=1078) do sexo feminino, e entre os pardos 51,4% (n=1985) são do sexo masculino e 48,6% (n=1876) do sexo feminino. Em relação aos dados regionais - em associação com as etnias afrodescendentes -  entre os pretos houve prevalência na região Nordeste, representando 25,2% (n=530) e na região Sudeste, representando 58,4% (n=1226), enquanto que entre os pardos a prevalência ocorreu nas mesmas regiões, sendo 39,3% (n=1520) na região Nordeste e 38,4% (n=1485) na região Sudeste. Conclusão: A anemia falciforme tem maior incidência entre os indivíduos de cor preta e parda, sobretudo na região Nordeste; porém não há prevalência entre os sexos masculino e feminino.

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Referências

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Publicado

2021-11-12

Como Citar

Gayoso, T. G. L., Raposo, L. M., & de Oliveira, S. G. (2021). PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS AFRODESCENDENTES PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (9). Recuperado de https://eventosgrupotiradentes.emnuvens.com.br/al_sempesq/article/view/15151

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PROBIC/UNIT - Ciências da Saúde e Biológicas