A TERAPIA COM CORTICOSTEROIDES NA PREVENÇÃO DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO NEONATAL
Resumo
Introdução: A Síndrome do Desconforto Respiratório Neonatal (SDRN) é o transtorno respiratório de ocorrência mais frequente nos recém-nascidos (RNs) pré-termo. Essa complicação ocorre devido à imaturidade pulmonar e à deficiência do surfactante, uma vez que o líquido – responsável por diminuir a tensão superficial no interior do alvéolo respiratório – atinge seu pico de produção em torno de 35 semanas de gestação. O quadro clínico característico da SDRN, marcado pelo agravo do trabalho respiratório – que pode evoluir para crises de apneia e deterioração dos estados hemodinâmico e metabólico –, é causado pelo aumento da tensão superficial nos alvéolos, o que resulta na instabilidade do parênquima pulmonar e na formação de regiões de atelectasias progressivas. Para evitar a ocorrência da SDRN em RNs prematuros, é adotada a administração de corticosteroides no período pré-natal, com o fito de aumentar a maturação pulmonar fetal. Objetivos: Analisar a terapia com corticosteroides em gestantes na prevenção e no tratamento da Síndrome do Desconforto Respiratório Neonatal. Metodologia: Para a elaboração da presente revisão de literatura, foram examinados artigos publicados entre os anos de 2011 a 2021, por meio das bases de dados eletrônicos PUBMED e BVS. Os descritores utilizados para as pesquisas foram: “Síndrome do Desconforto Respiratório do Recém-Nascido” e “Corticosteroide”. Resultados: A corticoterapia afeta a morfogênese dos espaços aéreos e a diferenciação funcional do pulmão fetal prematuro, aumentando a produção tecidual de surfactante alveolar. Os glicocorticoides são administrados, em sua maioria, apenas em período anterior a 34 semanas gestacionais, uma vez que RNs prematuros tardios – com idade gestacional superior a 34 semanas – são menos propensos a ter SDRN, mas estão em risco de demais morbidades respiratórias graves que podem afetar seu tratamento neonatal precoce. Por conseguinte, mulheres com risco de prematuridade que receberam corticosteroides no período pré-natal reduziram a necessidade internações maternas, além de suporte respiratório com pressão positiva contínua nas vias aéreas - Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), suplemento de glicose e admissão na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal para seus RNs, como consequência da redução significativa do risco da ocorrência de SDRN. Conclusão: A administração de corticosteroides no período pré-natal em mulheres com risco de parto prematuro se mostra uma alternativa terapêutica eficaz na prevenção da ocorrência de Síndrome do Desconforto Respiratório Neonatal, uma vez que induz a maturação pulmonar e a produção de surfactante nos recém-nascidos pré-termo, de maneira a evitar o colapso do alvéolo respiratório e assim garantir a oxigenação regular do neonato.
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