RELAÇÃO ENTRE TROMBOSE DO TRATO GASTROINTESTINAL E PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS SARS-COV-2 NO CONTEXTO DA CIRURGIA ABDOMINAL DE EMERGÊNCIA
Palavras-chave:
Cirurgia de emergência, COVID-19, isquemia, trato gastrointestinal, tromboseResumo
Introdução: À medida que a pandemia do COVID-19 se alastra, novas manifestações clínicas são relatadas. Além do quadro respiratório, foram descritas hipercoagulabilidade e sintomas gastrointestinais. Estes achados poderiam agravar levando à isquemia e trombose do trato gastrointestinal (TGI), necessitando de intervenção cirúrgica muitas vezes. Diante disso, cabe a análise dessas situações que colocam o paciente infectado pelo SARS-CoV-2 em risco, principalmente em procedimentos cirúrgicos de emergência. Objetivos: Abordar a relação entre a trombose gastrointestinal e os pacientes acometidos pela COVID-19, como também, salientar sobre as possíveis medidas para diminuir um prognóstico desfavorável. Metodologia: Consiste em uma revisão sistemática de bibliografia qualitativa, através de busca na PubMed e na Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando os descritores "Acute Abdomen" AND "COVID-19" e abdome agudo AND covid19, respectivamente. Resultados e discussão: O acesso do vírus ao TGI, se dá através da enzima conversora de angiotensina 2, se proliferando e alterando a motilidade colônica, podendo desencadear uma perfuração. Denota-se também, que o vírus causa uma reação inflamatória recrutando monócitos e macrófagos, induzindo a liberação de citocinas. Estas, estimulam a produção de trombina através da liberação do fator III, tornando os mecanismos anticoagulantes naturais disfuncionais. Combinado a isto, há um prejuízo na depuração de fibrina pelo aumento do inibidor do ativador do plasminogênio 1. Ou seja, a trombose é influenciada pela tempestade de citocinas, leva a um estado de hipercoagulabilidade. Logo, apesar das complicações abdominais serem sanadas por intervenções cirúrgicas de emergência, estas apresentam um risco de mortalidade maior, cerca de 25,6%, em pacientes diagnosticados com SARS-CoV-2. Diante disso, observa-se que o uso de heparina fracionada para pacientes positivados demonstrou um benefício profilático. Conclusão: Portanto, pacientes com diagnóstico de COVID-19 são mais suscetíveis ao desenvolvimento de trombose e até isquemia do TGI devido ao processo de coagulopatia que é desencadeado, beneficiando-se do uso profilático de heparina. É necessário mencionar também, a importância do diagnóstico precoce de COVID-19 em pacientes que apresentam sintomas gastrointestinais, na tentativa de melhora do prognóstico cirúrgico.Downloads
Referências
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