A EXPERIÊNCIA DE GRADUANDOS DE ENFERMAGEM NA CONDUÇÃO DE UMA ATIVIDADE TERAPÊUTICA COM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Palavras-chave:
Serviços de Saúde Mental, Enfermagem Psiquiátrica, Processos Grupais.Resumo
Introdução: Na tentativa de romper com os modelos biomédico e hospitalocêntrico, a reforma psiquiátrica inspira a formação de profissionais capacitados para realizar a inovação da assistência em saúde mental, focando na integralidade das pessoas. A Rede de Assistência Psicossocial (RAPS) tem como finalidade a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. Ela foi criada com o objetivo de organizar os serviços ofertados para à saúde mental em diferentes níveis e pontos de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) a toda população que dele necessite. O contato dos estudantes de enfermagem com a disciplina de Saúde Mental traz uma visão mais ampla das necessidades dos usuários na RAPS, permitindo um cuidado mais adaptado às individualidades desses pacientes e a redução de estigmas. Objetivo: relatar a experiência de Graduandos de Enfermagem no desenvolvimento de uma atividade terapêutica em grupo com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Metodologia: A atividade foi realizada em forma de grupo terapêutico no CAPS II de uma cidade do interior de Alagoas, com a participação de três discentes do sexto período de enfermagem, uma docente e sete usuários da instituição, com o apoio da equipe técnica do serviço. Houve um planejamento prévio da atividade terapêutica, a qual foi executada em três etapas. Na etapa principal, os usuários estouraram balões e tinham acesso a perguntas que auxiliavam a refletir sobre o autoconhecimento. Resultados: A experiência no CAPS II surpreendeu os estudantes, indo de encontro ao cenário dotado de aspectos negativos que os estudantes pensariam encontrar. Os estudantes se depararam com um cenário oposto, com pacientes orientados, receptivos, participativos, com juízo crítico preservado, autônomos, em um ambiente calmo, pacífico e em contato com a natureza. Por meio da interação com os usuários, foi possível observar situações de desconforto de alguns dos presentes. Em dado momento, uma participante demonstrou insatisfação por ser a única mulher dos encontros semanais, visto que todos os outros integrantes do dia eram homens, levando uma das estudantes a propor uma troca de dias para encaixá-la em grupos terapêuticos com mais mulheres. O contato com usuários da RAPS permitiu o desenvolvimento significativo de habilidades de comunicação, além da capacidade de compreensão desses indivíduos de forma integral. Conclusão: A experiência foi de extrema importância aos estudantes, proporcionando uma maior capacidade para cuidar de pessoas com transtornos mentais com dignidade, respeito e humanização. Foi nítido entre os estudantes as mudanças no olhar sobre essas pessoas, a quebra dos estigmas tão presentes na sociedade em virtude da cultura manicomial a qual precisa ser superada.
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Referências
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