DOENÇA DE CROHN: FATORES AMBIENTAIS INFLUENCIAM EM SEU PROGNÓSTICO?
Palavras-chave:
doença de Crohn, fatores ambientais, infânciaResumo
Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DIIs) representam um conjunto de condições inflamatórias que envolvem o trato gastrointestinal (TGI) e, quando iniciada na infância, manifesta-se de forma extensa com alto risco de malignidade, uma vez que o manejo da doença em crianças influencia em fases importantes do desenvolvimento, como o crescimento e a puberdade. Nesse contexto, a doença de Crohn (DC) é uma das formas mais comuns de DII, que afeta todo o TGI, além de estar associada a manifestações fora do lúmen intestinal, causando abscessos, fissuras e fístulas. Essa patologia frequentemente apresenta-se de forma insidiosa, entretanto pode se expressar como uma doença aguda de maneira súbita. Ademais, durante a infância, os fatores ambientais desempenham um papel na progressão da DC, comprometendo a permeabilidade enteral, além do sistema imunológico intestinal e da microbiota intestinal. Objetivo: Compreender os fatores ambientais que influenciam o prognóstico da doença de Crohn. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, em que foram realizadas buscas on-line nas bases de dados PUBMED e BVS, utilizando os descritores “Crohn Disease”, “Childhood” e “Environmental Factors”. Aplicou-se um filtro de tempo de 2016 a 2021, selecionando os materiais que possuam identificação direta com o presente trabalho, excluindo-se os artigos direcionados à fase adulta, doenças associadas e uso de terapias imunomoduladoras. Resultados e Discussão: As variações genéticas indicam a diferença entre o metabolismo do microbioma intestinal em indivíduos com DC e em indivíduos saudáveis, visto que os portadores dessa doença possuem uma menor diversidade no microbioma intestinal em comparação com os indivíduos saudáveis, resultando em uma disbiose intestinal. Em relação a esse desequilíbrio do TGI, há uma interação complexa entre os fatores dietéticos associados à diminuição do risco do desenvolvimento da DC, que incluem a ingestão elevada de fibras, consumo de frutas, baixa ingestão de carboidratos e lipídeos. Entretanto, o estado nutricional da criança costuma oscilar com o tempo de acordo com o controle da doença, uma vez que a desnutrição proteico-energética é um achado comum no momento do diagnóstico da DC. Neste contexto, vale salientar que o exercício físico promove o alívio da dor associada às complicações da DC, posto que possibilita a proteção de células epiteliais intestinais da morte celular, regulação da homeostase intestinal e prevenção de infecções por patógenos. Porém, é válido ressaltar que em idade precoce, a falta de interação imunológica com bactérias potencialmente patogênicas leva ao despreparo do sistema imune no reconhecimento de organismos prejudiciais que o indivíduo pode entrar em contato no futuro. Ademais, outros fatores podem influenciar positivamente na DC, como amamentação prolongada, compartilhamento de cama, ter mais de dois irmãos e acesso ao saneamento básico. Conclusão: O estado nutricional, a prática de exercícios físicos e outros fatores estão associados ao bom prognóstico da DC, com o objetivo de alcançar e manter a remissão do processo inflamatório e diminuir o risco de complicações a longo prazo.
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