ANÁLISE DO SEGUIMENTO DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE BEXIGA NEUROGÊNICA SECUNDÁRIA À MIELOMENINGOCELE NO ESTADO DE ALAGOAS E SUA REPERCUSSÃO

Autores/as

  • Julia Cabral Barreto
  • Luiza Maria Rabelo de Santana
  • Marcos Reis Gonçalves
  • Georgia de Araújo Pacheco

Palabras clave:

bexiga neurogênica, doença renal crônica, malformação embrionária

Resumen

Introdução: Mielomeningocele (MMC) é a malformação embrionária do sistema nervoso central mais frequente, afetando cerca dos 85% de todos os casos.1 MMC é a principal causa de bexiga neurogênica (BN) congênita no mundo, devido a possível lesão sacral, acometendo o neurônio motor inferior e consequentemente tornando a bexiga denervada (flácida). Assim, é considerada um importante fator de risco para doença renal crônica (DRC).6,7 Para prevenir danos renais, é necessário reconhecer precocemente a bexiga em risco e iniciar um tratamento médico adequado.5 A terapia padrão para a disfunção do esfíncter da bexiga neurogênica é o cateterismo intermitente limpo (CIL) combinado com anticolinérgicos (oral ou intravesical).5 Objetivo: Avaliar a dificuldade dos serviços no estado de Alagoas na intervenção precoce nas crianças portadoras de BN secundária à MMC e as complicações renais decorrentes disso. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo dos pacientes com BN secundária à MMC da Clínica Renal Center e do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (H.U.P.A.A.), com informações obtidas através da análise de prontuários. Resultados: Das 21 crianças analisadas, 14 são do sexo feminino (66,6%) e sete do sexo masculino (33,4%). A idade média do início do acompanhamento no serviço especializado foi de três anos. Ao analisarmos a frequência de Infecção do Trato Urinário, notamos a presença em 15 pacientes (71,4%). Observou-se que 16 pacientes (76,19%) realizam CIL. Importante ressaltar que familiares de três pacientes (18,75%) em uso de CIL admitiram dificuldade no manuseio, necessitando de um novo treinamento. A ultrassonografia renal e de vias urinárias foi realizada em 17 pacientes (80,9%), dentre eles cinco (29,4%) apresentaram resultados normais com a idade média do início do acompanhamento de 1,68 anos (0,2-6); 11 (64,7%) apresentaram hidronefrose com idade média de inicio de acompanhamento de 3,39 anos (0,05-11). A Uretrocistografia Miccional foi realizada por 9 pacientes (42,8%), refluxo vesicouretral foi observado em 5 pacientes (55,5%) e alterações morfológicas da bexiga em 8 (88,8%). Dos 21 pacientes, 11 (52,3%) realizaram a Cintilografia Renal, destes, sete (63,6%) não apresentaram cicatriz renal e quatro (37,4%) possuíam cicatriz renal. Dos prontuários avaliados, três pacientes (14,3%) evoluíram com DRC, os quais realizam hemodiálise enquanto se preparam para transplante renal. Conclusão: É importante destacar que as crianças foram encaminhadas tardiamente para o serviço de nefropediatria, o que determinou também um atraso do início da intervenção. Os achados sugerem que dificuldades encontradas pelos responsáveis e pelos pacientes para o início e continuação do CLI estão relacionadas à resistência familiar, encaminhamento tardio para o serviço especializado e dificuldades técnicas. A instituição de diagnóstico e tratamento precoce é capaz de prevenir danos renais e garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente. Dado isso, fica evidente a grande importância da assistência cuidadosa para esses enfermos.

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Citas

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Publicado

2020-11-25

Cómo citar

Barreto, J. C., de Santana, L. M. R., Gonçalves, M. R., & Pacheco, G. de A. (2020). ANÁLISE DO SEGUIMENTO DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE BEXIGA NEUROGÊNICA SECUNDÁRIA À MIELOMENINGOCELE NO ESTADO DE ALAGOAS E SUA REPERCUSSÃO. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado a partir de https://eventosgrupotiradentes.emnuvens.com.br/al_sempesq/article/view/13835

Número

Sección

Seminário de Iniciação Científica - PROVIC/UNIT - Ciências da Saúde e Biológicas