TESTE-RETESTE PARA AVALIAÇÃO DA FORÇA MÁXIMA DE TRONCO EM IDOSAS FISICAMENTE ATIVAS
Palavras-chave:
Palavras-chave, Envelhecimento, Desempenho, Dinamômetro de força muscular, Reprodutibilidade dos testes, Confiabilidade dos dadosResumo
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento leva ao declínio da funcionalidade e desempenho durante as atividades de vida diária (AVD’s), os quais estão associados ao aumento do risco de quedas. Nessa população, a relação entre a diminuição da força dos membros inferiores e redução da mobilidade estão bem estabelecidos na literatura, contrariamente, as alterações da força muscular do tronco com o passar da idade encontram-se menos esclarecidas. Diante disso, avaliar a capacidade de força dos músculos do tronco é um aspecto importante durante a avaliação do estado de saúde de um indivíduo, visto que esses são responsáveis pela transferência de força entre os membros superiores e inferiores durante a execução de movimentos multiarticulares complexos. Entretanto, os dados sobre a confiabilidade dos procedimentos de avaliação em idosas fisicamente ativas não foram demonstrados na literatura. OBJETIVO: Verificar a confiabilidade teste-reteste da força isométrica máxima dos extensores e flexores do tronco em idosas saudáveis e fisicamente ativas. MÉTODOS: Vinte e uma idosas (64±4 anos de idade; 70±11 kg; 1,54±4,8 cm) foram recrutadas de forma intencional para participarem do estudo. Para a mensuração da fidedignidade e determinação do índice de correlação interclasse, foram realizados três dias de avaliação da força máxima dos flexores e extensores do tronco, com 48 horas de intervalo entre as sessões. Para avaliar a força máxima de flexores e extensores do tronco, foi utilizada uma cadeira estável, que permitiu a fixação do quadril e membros inferiores, com uma célula de carga conectada a uma interface digital e um notebook. Foi realizada estatística descritiva com média e desvio padrão, ANOVA de medidas repetidas para comparação dos valores para força dos músculos do tronco, com post-hoc de Bonferroni, foram utilizados. Como indicadores da reprodutibilidade das medidas, foram calculados o Coeficiente de Correlação Interclasse (ICC), Coeficiente de Variação (CV) e Mínima Mudança detectável (MMD). RESULTADOS: Não houveram diferenças significativas entre as sessões: Extensores (Sessão 1 = 281,7 ± 69,7; Sessão 2 = 281,8 ± 73,2; Sessão 3 = 280,8 ± 68,2) e Flexores (Sessão 1 = 271,1 ± 47,2; Sessão 2 = 266,1 ± 46,6; Sessão 3 = 278,6 ± 52,1); e foram consideradas os dois primeiros dias de avaliação para cálculo da confiabilidade (Extensores: ICC=0,93 e flexores do tronco: ICC=0,86; CV=8,9% para os dois grupos musculares). Além disso, foram identificadas aceitáveis MMD (extensores = 51,1 N e flexores = 48,9 N). CONCLUSÃO: Foi detectada uma boa reprodutibilidade do instrumento para avaliação da força muscular de tronco em idosas, utilizando este protocolo padronizado. Estes valores mostraram-se confiáveis e precisos, quando realizados em menos de duas sessões de avaliação, confirmando assim a hipótese dos autores na consistência da medida do instrumento de avaliação.
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Referências
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